Categoria: Artigos
Data: 27/02/2024

“Bem-aventurados
os que habitam em tua casa” – Salmo 84.4




Dietrich
Bonhoeffer em seu livro Vida em Comunhão fala-nos sobre a facilidade com que
nós, os cristãos, desdenhamos da comunhão regular na igreja local. Ele nos diz:
“A presença física de outros cristãos constitui para o cristão uma fonte de
alegria e fortalecimento incomparáveis. […] Obviamente o que para a pessoa
solitária é indizível graça de Deus – [ou seja, a comunhão com outros irmãos]
–, facilmente pode ser desprezado e pisado pela pessoa que goza desse
privilégio todos os dias”
O
salmo 84 foi escrito por alguém que não podia ir a Jerusalém para celebrar uma
das três festas anuais dos judeus (Êx 23.17; 34.23). Estava, portanto, com
saudade do templo. É bem provável que este israelita seja Davi, quando ele
viveu em exílio forçado pela rebelião do seu filho Absalão. Calvino, o
reformador genebrino nos diz: “
O título deste Salmo não leva o nome de Davi;
mas, como seu tema se aplica a ele, então com toda probabilidade ele foi seu
autor. O conteúdo do Salmo indica que, no tempo de sua composição, o seu autor
fora compelido a vaguear por diferentes lugares como um proscrito. Assim, ele
se queixa de que nada lhe propiciou fonte de maior angústia do que ser ele
impedido de ir ao tabernáculo, e de ser banido da assembleia dos santos, onde
Deus era invocado...  Davi se queixa de
viver privado da liberdade de acesso à Igreja de Deus, para ali fazer uma
profissão de sua fé, para aprofundar sua piedade e envolver-se no culto divino”.
O salmista exclama: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor
dos Exércitos!”
A palavra “amável” também pode ser traduzida por “agradável”,
mas provavelmente ambas as ideias estejam envolvidas: “Quão amada e agradável é
a tua habitação!” O templo é amado por todos os que amam o Senhor, pois aquele
era o local onde o Senhor habitava, sua casa (Salmo 84, 4 e 10); o palácio onde
residia sua glória. Hoje, Deus não vive em construções feitas por homens (Atos
7:47-50), mas, ainda assim, devemos ter uma reverência especial para com as
construções consagradas a Ele. Podemos adorar a Deus a qualquer hora e em
qualquer lugar, mas os lugares especiais e os rituais prescritos são
importantes para a estruturação de nosso culto ao Senhor.
  O mais importante é ter um coração dedicado
ao Senhor, um apetite espiritual que anseia pela comunhão fortalecedora com o
Senhor. O pastor batista Isaltino Gomes escreveu:
O Salmo 23 fala do
hóspede na casa do Senhor; o 84 trata do hospedeiro.  O Senhor, o hospedeiro, é fonte de felicidade
e graça para os visitantes (vv. 5-7). O salmo fala da felicidade de estar na
casa de Deus: vv. 4 e 10. O ensino é claro: o melhor lugar do mundo é onde se
desfruta da presença de Deus. No caso, o templo. Os cristãos não precisam
viajar para lugar algum para desfrutar a presença de Deus (Jo 4.21-24), mas a
questão é o desejo da presença divina. Nós desejamos Deus?



O salmista inclusive inveja
as pequenas aves que eram capazes de achar descanso junto ao altar. Acharam
para si um lar aconchegante no santuário de Deus. Este é o lugar onde ele
também deseja estar. Ele também inveja os sacerdotes e levitas, que trabalham e
vivem nas imediações do santuário. Como é fácil esquecer de dar o devido valor
ao privilégio de adorar o Deus vivo, privilégio comprado para nós na cruz. Não
deixemos de congregar, pois a comunhão dos santos é o melhor lugar do mundo.


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